terça-feira, 29 de maio de 2007

Castro Alves

"ONDE VAIS, estrangeiro!
Por que deixas o solitário albergue do deserto?
O que buscas além dos horizontes?
Por que transpor o píncaro dos montes,
Quando podes achar o amor tão perto? ...
"Pálido moço!
Um dia tu chegaste de outros climas,
de terras bem distantes...
Era noite! ...
A tormenta além rugia...
Nos abetos da serra
a ventania
Tinha gemidos longos, delirantes.
"Uma buzina restrugiu no vale
Junto aos barrancos onde geme o rio...
De teu cavalo o galopar soava,
E teu cão ululando replicava
Aos surdos roncos do trovão bravio.

Castro Alves
Curralinho, 29 de abril de 1870.

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